Os Perpetratör são uma bomba thrash. Bomba por terem aparecido na cena nacional tão de repente e com um som poderoso daqueles. Tal como uma bomba, o pessoal deve ter pensado: "Perpetratör? Não conheço? BUM!!!! Eeeeepáááá´.... Mas o que é isto??? Tenho os cabelos em pé!"
A banda foi formada em 2008 pelo Rick mas foi em 2013 que, com ajuda do Paulão e Marouco é que levantaram o rabo do sofá para thrashar a sério como se não houvesse amanhã.
O Laughbanging entrevistou a banda onde participaram todos os elementos para esta conversa: Rick, Marouco, Paulão e até o baterista de sessão Ângelo Sexo.
Estão satisfeitos com este vosso 1º álbum? Se ele estivesse à venda no Continente, quanto acham que daria de desconto em cartão?
Marouco - Não estamos satisfeitos porque não gostamos muito das músicas e só por isso é que poderíamos equacionar um desconto no Continente de, vá, 0,5% para poupar os ouvintes acérrimos de metal que vão ao continente.
Paulão - Estou satisfeito apenas com a prestação do Ângelo Sexo. No Continente daria desconto sim, assim como tickets de cabeleireiro e um six-pack de cerveja entregue em mão pela Leopoldina.
Rick - Eu estou satisfeito e acho que o álbum poderia dar desconto em cartão, ou seja, quem o comprasse poderia depois ir à secção de papelaria comprar cartão e ter um desconto substancial (talvez 66,6%). Ângelo - Eu por mim gosto. Eu nem sou muito da cena do Metal, mas como o resto da banda acha que eu sou uma máquina a tocar, lá lhes vou safando as gravações e acho que até ficou bom.
Normalmente o trajecto de uma banda é: ensaiar, dar concertos, lançar demo-tapes, depois gravar um single ou um EP e só depois um álbum. Curiosamente, a carreira dos Perpetratör está ser no sentido inverso pois começaram por gravar um álbum. A pergunta que se faz é: há planos para ensaiar?
Marouco - Somos muito à frente; tivemos uma visão de dois álbuns. Sim, já temos 2 álbuns gravados. Isso de ensaiar é para quem não tem a química inerente para ser um Perpetratör. Recentemente fomos vítimas de bullying para tocar num festival. Tivemos que dizer que sim senão ficávamos sem os berlindes... Acho que não vamos ensaiar, isso requer tocar e nós não estamos para aí virados.
Rick - Para não perdermos tempo resolvemos fazer as coisas ao contrário e começar logo por lançar um álbum por uma boa editora dos Estados Unidos. Agora vamos lançar um split 7” por uma editora nacional. E a seguir vamos gravar uma demo em cassette. No trabalho posso tirar fotocópias de borla desde que ninguém veja e portanto as capas estão safas! Depois disso somos capazes de formar a banda, talvez.
Paulão - Planos? Isso dá bué trabalho.
Ângelo - Não posso ensaiar muito porque tenho problemas cardíacos e tive um parente que até morreu por causa disso.
O vosso álbum não só foi lançado em CD, bem como em cassete. A caneta BIC vem incluída?
Marouco - Não e estamos deveras desgostosos com a editora que optou pelo cubo mágico em vez da caneta.
Rick - Não vem a Bic mas talvez venha um bico, pelo menos para nós, uma vez que agora somos músicos e dizem que há groupies e tal.
Ângelo - Não preciso da caneta porque tenho um patrocínio de uma empresa de pilhas e portanto posso rebobinar a cassette no walkman.
O formato cassete é um formato antigo e menos utilizado nestes tempos. Que outro dos seguintes formatos obsoletos vão escolher para lançar o próximo álbum e porquê: Minidisc, DAT, bobine, caixinha de música ou grafonola?
Ângelo - Qualquer coisa analógica… só não gosto de coisas digitais e programadas e tal.
Marouco - Estamos muito interessados num flexi disc, aqueles vinis que de vez em quando apareciam numas revistas, é um objectivo.
Rick - Queremos lançar um daqueles cartões de Natal que quando se abriam davam música e acendiam umas luzinhas.
Paulão - E vamos ter também algumas músicas compostas em código morse que deverão ser depois transmitidas numa estação SW ou MW, talvez até em AM.
Vocês têm faixas como: "Doomed to Death", "Nothing Left to Kill", "Death to All",... O que é vos anda a irritar?
Marouco - O gajo da editora que não fez o cubo mágico.
Rick - Irrita-me pensar que se me acabou a tinta da caneta de feltro molin vermelha, e que queria pintar o logotipo nas fotocópias das capas da demo tape que vamos lançar e já não vai dar. Já só tenho azul cueca, amarelo torrado e verde escarreta.
Ângelo - Irrita-me que a banda não queira que eu toque mais depressa, porque tenho muita confiança em mim próprio e sei que seria capaz de o fazer.
Paulão - Nada me irrita, se vires na perspectiva certa essas músicas falam de amor pelo próximo.
“Diabolus In Musica” de Slayer, “Roots” de Sepultura e “Endorama” de Kreator, quais destes icónicos álbuns thrash mais vos influencia?
Paulão - Muito bons esses, mas o que mais me influencia é, claro, o "Push", dos grandes Thrashers "Bros".
Marouco - Sinceramente não conheço nenhuma dessas bandas, estás mesmo a falar de bandas de Thrash metal?
Rick - Todos esses álbuns são enormes influências porque bem demonstram que mesmo os maiores podem descer à merda mais completa, se andarem atrás do lucro. Portanto são álbuns icónicos dessa realidade. Hoje em dia as modas do pseudo-Metal são outras, portanto talvez tenhamos de fazer um álbum de djent, que parece nome de casa de banho de homens, ou de shoegaze, que nem faço ideia do que seja.
Ângelo - Prefiro músicas sobre piratas. O meu sonho é lançar um álbum pirata.
Sendo vocês uma banda retro até na maneira de vestir, também usam calças apertadas ou isso são mesmo leggings?
Marouco - Tecnicamente o nome é lycra mas para o vulgar dos mortais são leggings. Graças às lojas dos chineses temos uma grande variedade de escolha, e para o concerto estamos a pensar mudar de indumentária a cada meia música, por isso o chinês aqui da esquina vai ter uma páscoa jeitosa.
Rick - Nunca aderi muito à lycra porque sempre achei que a lycra aderia muito a mim.
Ângelo - Não posso usar lycra, faz-me mal à circulação.
Há quanto tempo é que não lavam os vossos casacos de ganga?
Marouco - Aqui ninguém lava nada... quando as cuecas ficam coladas à parede decidimos ir buscar outras à gaveta.
Rick - Não o lavo, tenho medo que os patches desbotem.
Paulão - De vez em quando apanham com uns pingos da chuva, é suficiente.
Ângelo - Não costumo usar, a ganga ganha muita electricidade estática.
Tocar à borla num bar minúsculo na Cruz-de-Pau ou ganhar 2500 euros para tocar no Somos Portugal da TVI com apresentação do Nuno Eiró. Qual preferiam?
Marouco - €€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€...amamos o Nuno Eiró.
Paulão - Nuno Eiró claro, até de borla.
Rick: Preferia tocar na Cruz Quebrada (aos céus).
Ângelo: Sou muito tímido, não gosto de câmaras, mas também não toco ao vivo por questões de saúde.
Se vos fosse possível ressuscitar um lendário músico thrash, qual seria: Cliff Burton, Jeff Hanneman ou James Hetfield?
Paulão - O quê? O Cliff Burton morreu?!!
Rick - Preferia matar o James Hetfield e o resto dos Metallica.
Ângelo - Ressuscitava aquele meu parente, que também era bom músico e chegou a gravar álbuns.
Últimos comentários:
Rick - Obrigado pela entrevista! Preparem-se para o ataque metálico nuclear extraterrestre do inferno! Sabem a piada da senhora que vai ao médico e pergunta: senhor doutor, posso tomar estes comprimidos com o período? E ele responde: Poder pode, mas é melhor tomar com água!
Género:
Thrash Metal
Line-up:
Rick - Voz, baixo
Paulão - Guitarra
Marouco - Guitarra
Ângelo Sexo - Baterista de sessão
Discografia:
2014 - Thermonuclear Epiphany
Página oficial:
https://www.facebook.com/perpetratorthrash
Sem comentários:
Enviar um comentário