-"Disthrone."
-"Throne. Pronto, já disse."
Depois desta piada idiota, falemos da banda.
Os Disthrone são da zona do Seixal e praticam um som que mistura crust, punk, d-beat, black metal, thrash metal e cerveja. Somente com 1 demo editada de momento, já começam a deixar devastação sonora por vários palcos do país, através do som dos instrumentos bem como da menina vocalista que tem um poder vocal capaz de provocar uma réplica do terramoto de 1755. O Laughbanging conversou com a frontwoman Atomic Carina Nightmare.
Sendo vocês da Margem Sul, expliquem-nos lá: isso é mesmo um deserto? É difícil arranjar água potável por aí?
Epá não considero propriamente um deserto, pois camelos há em todo lado, não apenas e só aqui na MS. Quanto à água potável não nos interessa muito, pois abandalhamos a higiene pessoal e, quando temos sede, cerveja é o que consumimos para não desidratar.
És conhecida como Atomic Carina Nightmare. De onde é que surgiu a alcunha "Carina"?
Foi ainda na pré-escola. Os meus pais mandaram fazer um bibe para mim, no entanto a costureira viu-se tramada quando foi para bordar Atomic Nightmare pois, além de ser extenso, os meus pais não estavam para pagar mais uns tostões à mulherzinha para usar mais linha. E então decidiram, "epá bora chamar Carina à miúda, porque é um nome mais simples e giro de berrar aquando ela fizer avarias".
Como é que explicas aos teus pais que apesar de seres rapariga não gostas propriamente de Beyoncé e afins?
Eles na verdade sempre desconfiaram, pois desde petís que demonstrei ser uma menina um pouco à parte das outras. O meu entretém enquanto pequenina era brincar com Barbies sim, mas em vez de as pentear, vestir roupas bonitas e etc, achava mais piada incendiar-lhes o cabelo, decepar-lhes a cabeça, desmembrá-las e por aí. Mas bem, desde a minha infância que oiço as clássicas do rock, tais como Scorpions, AC/DC, Dire Straits, Queen...
Falemos sobre a vossa demo, "Anti-System". É que ficámos curiosos. Quando dizem ser anti-sistema, estão a falar de qual? IOS, Android, Windows?
Todos esses e mais alguns dos que daí vierem. Nerds, caixas de óculos atafulhados de dinheiro à pala de "máquinas" às quais a sociedade teima em depender. Na verdade somos bastante leigos nesse assunto. Preferimos enviar cartas, à antiga, e a cola dos selos é porreira.
A música "J.F.O." é dedicada a que político? E a "Anti-System" é dedicada a que político? Já agora, a "Intro" é dedicada a que político?
Resumidamente, toda a demo é contra todos os políticos e suas pseudo-políticas de merda, vazias de razão e sentido. Políticos na forca.
Porquê a música tributo a Elisabeth Bathory? Não acham que deviam apoiar mais o que é nosso, por exemplo, fazendo uma música tributo a Paco Bandeira?
Nunca pus de parte essa ideia, aliás, tenho ainda a ideia de gravar uma cover do André Sardet. Uma versão alternativa, cuja letra será algo do género: "Desgosto de ti desde aqui até cu de Judas (...) Desgosto de ti simplesmente porque desgosto / Desgosto de ti por existires assim".
O facto de terem lançado a vossa demo em cassete é por serem tão anti-sistema que nem no mercado CD e MP3 vocês querem entrar?
É. Nós, apesar de putos, somos à antiga. Queremos que o nosso som seja recatado, que seja apenas disfrutado por pessoal que ainda tem na sua posse um walkman com mais idade que quem o possuí. Mas bem, é pouco triste perceber que se perde imensa qualidade na música desde a transição de vinil ou tape para CD, e para MP3 e por aí a fora. Vinil e tape rulam!
Ouvimos dizer que vocês cancelaram um concerto só porque tinham ganho bilhetes na rádio para a estreia do filme “Sei Lá” da Margarida Rebelo Pinto. É verdade?
Confirmo, foi verdade. Nós consumimos obras (de merda) de autores (de merda) do calibre dessa "senhora", pois damos conta que, de facto, há algo mais para abordarmos nas nossas malhas. Há que alertar as pessoas para estupidez, cuja é uma ameaça desde o ínicio dos tempos e que prolifera que nem ratazanas. Imbecilidade que perdura. E, quando nos deparámos com uma super-produção cinematográfica à pala de um pseudo-romance de uma tia armada em escritora, o nosso pensamento foi uníssono "mais valia termos cagado um pé todo".
Se uma editora pegasse em vocês e vos prometesse pagar muito dinheiro e lançar vários álbuns, desde que mudassem o estilo para kuduro e tocassem nos comícios de um partido político, aceitariam?
Sim, desde que nos fosse garantido um abastecimento vitalício de grades de cerveja importada, de preferência, belga. Ya, éramos ingrumes capazes de nos vendermos por cerveja da boa para o resto dos nossos dias.
O vosso som, apesar de ser principalmente crust/d-beat, tem influências do punk e do black metal. Posto isto, como seria um fim de tarde bem passado: a lutar contra o sistema ou a lutar contra uma galinha para ser sacrificada no altar de uma missa negra?
A lutar contra o sistema com uma galinha deveras valente do nosso lado, e depois acabaríamos a noite da melhor forma: Numa missa negra onde não se sacrificariam animais galináceos, mas sim animais daquela espécie que costumam estar a zurrar uns com os outros no parlamento. Tudo isto ao som dos discos de Discharge, Darkthrone, Bathory, Hellhammer, Wolfbrigade, Doom e mais uma ou outra banda cuja é referência para o nosso som.
Últimos comentários:
Prevê-se nova destruição sonora em breve, estão de momento a decorrer gravações nas nossas catacumbas para o próximo registo, cujo será um split com outra banda facultada de sonzaço!!! Entretanto...Nós somos e seremos até à infinidade cósmica, os Disthrone, nome que irá sempre fazer as pessoas perguntar com confiança "Isso é a junção de Discharge com Darkthrone, não é?" Somos uns putos desvairados que tocam um género musical que não é de todo recomendado a tímpanos sensíveis.
Oiçam Martelo Negro, Midnight Priest, Ravensire, e Battlescars. Em nome da liberdade... ANTI-SYSTEM! UGH
Género:
Crust/punk/black/thrash metal
Line-up:
Atomic Carina Nightmare - Voz
Daniel Pereira - Guitarra
Pedro Santos - Baixo
Tiago Steelbringer - Bateria
Discografia:
2013 - Anti-System (demo)
Páginas oficiais:
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