Uma das bandas mais antigas do verdadeiro hard'n'heavy deste país e que ainda está no activo são os IBERIA. Começaram em 1984 com o nome Asgarth, talvez por serem originários de uma terra cheia de lendas e batalhas, que é a Baixa da Banheira e foi em 1986 que mudaram o nome para IBERIA.
Donos de muitos feitos, entre eles a honra de serem a 1ª banda portuguesa com airplay na BBC, foi com um enorme orgulho que entrevistámos os lendários IBERIA! Não há palavras que possam expressar a nossa alegria, até porque, como podem comprovar, o nosso entrevistado, o baixista João Sérgio, roubou-nos todas.
Qual o nome mais adequado para uma compilação com as melhores músicas de IBERIA? "Best of" ou "A gastar dinheiro desde 87"?
Os “Ena Pá 2000” têm um álbum
ao vivo que se chama “20 anos a pedalar na bosta”. Nós
estamos a pensar gravar um triplo ao vivo quando fizermos 30 anos
(estamos com 28) chamado “Boicotados pelo Sistema” onde vamos
regravar todos os clássicos em versão punkcore. Ao fim de 28 anos
(e apesar das interrupções) só mesmo com grande amor à camisola e
grande amor ao Rock é que poderiamos continuar a gastar dinheiro em
Salas de Ensaio, Estúdios, gravações, guitarras, baterias, cordas,
baquetes, equipamento, gasóleo e em prendas para os fans. Mas estou
a montar um esquema tipo Cobrador do Fraque para irmos recuperar
todos os calotes que nos têm feito ao longo deste tempo. Pelos meus
cálculos e com juros, quando fizermos os 30 anos estaremos ricos,
finalmente e aí vão ver como é que elas lhes mordem! Senão
metem-se umas garinas a render em Coina para arranjar guito!
Tendo a banda sido criada nos anos 80, quem vos deu a conhecer ao mundo? O Júlio Isidro?
Poderia ter sido, mas eu acho que
foram os programas infantis onde nos meteram a tocar o “Hollywood”
na RTP, porque não havia mais sitio nenhum para aparecer na altura.
Curioso é que passados 28 anos, continuam a não haver programas
para promover o Rock/metal condignamente na TV. Mas o Júlio estava lá
atento, assim como o Carlos Ribeiro, o Luis Pereira de Sousa, o Raul
Durão e a malta do Natal dos Hospitais. A Teresa Guilherme apareceu
depois, mas conseguimos fugir dela antes que nos jogasse a mão e nos
chamasse um figo.
Mas, a sério, a sério houveram três senhores que tiveram muita importância na divulgação dos Iberia a nivel nacional: António Sérgio (Lança Chamas), Luis Filipe Barros (Rock em Stock) e o Pita (Luso Clube). E temos um leque de grandes senhores da rádio que nunca deixaram de nos apoiar ainda hoje através dos seus programas de autor (de Metal e Música Moderna Portuguesa), como o Filipe Marta do SOS-Antena Minho Braga, o António Freitas (Antena 3), o Pedro Brinca da Radio Azul/TSF, o Jorge Caldeira do V Império, o Carlos Santos do Templo do Rock, a malta do Fogo no Gelo, Circulo de Fogo, Santos da Casa e tantos tantos outros (é um ultraje não os meter aqui todos, mas eles sabem bem quem são e o que fizeram por nós). Também havia uma coisa chamada Fanzines que por incrível que pareça eram o principal veiculo de divulgação das bandas e do Metal em geral, e graças a eles estivemos sempre na mó de cima. O HMZP, O Templo do Som Eterno, O Ultimo Massacre, Napalm, Metal Invaders, tantas, tantas! Tinhamos até uma nossa do Iberia Fun Club que surgiu da Devastação Metálica dos nossos amigos Luis Batista e João Moura e que se tornou no nosso veiculo oficial na altura. Sem telemóveis, sem e-mails, sem internet, sem MP3 (a bela K7 enviada pelo correio e o telefonema combinado com uma semana de antecedência para a entrevista). Vão bugiar, a malta sofreu uma beca para as cenas estarem assim hoje, pá. Bons tempos, Bom espírito. Mas ainda bem que evoluiu. Respeitem isso, então.. e aproveitem o que muitos não puderam ter e o que ficou por fazer devido a isso. Um grande bem haja a todos.
Mas, a sério, a sério houveram três senhores que tiveram muita importância na divulgação dos Iberia a nivel nacional: António Sérgio (Lança Chamas), Luis Filipe Barros (Rock em Stock) e o Pita (Luso Clube). E temos um leque de grandes senhores da rádio que nunca deixaram de nos apoiar ainda hoje através dos seus programas de autor (de Metal e Música Moderna Portuguesa), como o Filipe Marta do SOS-Antena Minho Braga, o António Freitas (Antena 3), o Pedro Brinca da Radio Azul/TSF, o Jorge Caldeira do V Império, o Carlos Santos do Templo do Rock, a malta do Fogo no Gelo, Circulo de Fogo, Santos da Casa e tantos tantos outros (é um ultraje não os meter aqui todos, mas eles sabem bem quem são e o que fizeram por nós). Também havia uma coisa chamada Fanzines que por incrível que pareça eram o principal veiculo de divulgação das bandas e do Metal em geral, e graças a eles estivemos sempre na mó de cima. O HMZP, O Templo do Som Eterno, O Ultimo Massacre, Napalm, Metal Invaders, tantas, tantas! Tinhamos até uma nossa do Iberia Fun Club que surgiu da Devastação Metálica dos nossos amigos Luis Batista e João Moura e que se tornou no nosso veiculo oficial na altura. Sem telemóveis, sem e-mails, sem internet, sem MP3 (a bela K7 enviada pelo correio e o telefonema combinado com uma semana de antecedência para a entrevista). Vão bugiar, a malta sofreu uma beca para as cenas estarem assim hoje, pá. Bons tempos, Bom espírito. Mas ainda bem que evoluiu. Respeitem isso, então.. e aproveitem o que muitos não puderam ter e o que ficou por fazer devido a isso. Um grande bem haja a todos.
Tocaram no Rock Rendez-Vous, apareceram em jornais como o Êxito e o Se7e, assinaram com a Discossete, foram a primeira banda portuguesa a passar na BBC Radio... Quão velhos vocês se sentem?
Taxonomicamente falando estamos perto
dos grandes Saurópodes, mas comemos carne, não temos Vegans na
banda (e ainda bem, não tem piada andar na estrada, pararmos num
sitio para comer, só haver Mac’s (ou coisa pior)) e depois termos 2
ou 3 elementos à fome. Esta malta come bem e bebe melhor, há que
ter energias para ir pro palco, caramba! Somos a prova de que os
dinossáurios não estão extintos e que continuamos a querer
espalhar o terror pelas florestas urbanas que aparecerem pela frente
e é por isso que estamos empenhados em mandar novo trabalho cá para
fora. Modéstia à parte, vai ser um dos melhores discos de rock que
já se fizeram neste rectângulo. Sem modéstias algumas direi que
vai ser mesmo o melhor que já se fez. Pelo menos o melhor que já se
fez na Baixa da Banheira (o que já não é mau). Agora os
admiradores que esperem e os haters que se deitem à sombra que é lá
que estão bem. Aliás, os tais que dizem que não fazemos rock e que éramos um bando de maricas, são os que passados 28 anos nunca
fizeram nada na vida a não ser estarem sentados a ver as caravanas a
passar e a masturbar-se sozinhos, enquanto bebem cerveja choca. ;)
Acreditam que os vossos filhos a determinada altura acabarão por vos substituir na banda, tipo aqueles negócios de família que vão passando de geração em geração?
Está em curso uma fundação Ibérica
(tipo Camorra, Máfia mesmo..) para a continuação da espécie. Já
temos o meu irmão mais novo na bateria (era um “puto” quando ia
assistir aos ensaios nos anos 80/90) e estamos a tentar que as outras
crias comecem a tocar qualquer coisa, nem que seja ferrinhos ou
pandeireta. Não era de todo descabido, já que há por ai tanta
gente a “cantar” e a “tocar” sem o saber, não se notava
assim tanto a diferença. Mas esta máfia está organizada e só lá
entra quem provar que consegue mesmo tocar algum instrumento. O que
nos interessa no fundo é que cresçam saudáveis, felizes e sejam
grandes seres humanos. Se forem ou não músicos, o tempo (e as suas
vontades) o dirão. (Mas o meu puto dava um grande front man, pá).
É impossível não falar sobre a capa do vosso 1º álbum... Aquilo é Intimissimi, Calzedonia ou Tezenis?
Tu não percebes. Vocês não
percebem. Ninguém percebeu. Aquilo foi uma espécie de evento “Baixa
da Banheira meets Picheleira” numa sessão fotográfica feita ás 7
pancadas porque a sede de meter o álbum cá fora era tão grande e
com o sucesso do “Hollywood” (cuja capa também tem umas nuances
no mesmo estilo, um pouco mais “estelar”) a bombar por toda a
parte, acho que a editora pensou a dado momento que a capa seria o
menos importante. Foi do género: “Metam lá a fronha desses
marmanjos na capa e siga pra bingo, que já estamos atrasados!”. As
roupas eram um misto do que conseguíamos resgatar às namoradas e às
amigas e o que conseguíamos fanar nas lojas metaleiras. Depois ficava
aquele estilo muito peculiar. É lixado ter de olhar para ela
passados 27 anos, mas tenho de reconhecer que foi dali que saíram
grandes temas, que a banda ficou conhecida a nivel nacional e que nos
tornou a primeira banda de Rock/Metal Portuguesa a passar na BBC-1
(no saudoso “The Friday Rock Show” do malogrado Tommy Vance). E
foi dali desse primeiro álbum que saíram os primeiros temas
“malditos/proibidos”da RR, o que muito nos orgulhou na altura
(uns putos com 18/19 anos verem os seus temas proibidos pela maior
emissora nacional na época era motivo de orgulho, pá, quem não o
quereria? Era rebeldia, queriam o quê?). Mandares um tema para a
radio nacional com o nome de “Sex Gun” ou “Fuck The Teacher”
em pleno anos 80, em Portugal, quase que dava direito à fogueira
inquisitória e a arrancarem-nos as unhas dos pés! Ainda assim e
muito chamuscados, passámos incólumes e estamos cá todos vivos.
Perdoou-se o mal que soube à vista pelo bem que fez aos Iberia.
"The Sailing Way to India", "Hollywood", "Mexico", "China Girl". Estas músicas falam sobre as vossas viagens ou sobre locais onde vocês entraram para comer?
Já te disse que a malta adora comer.
Assim sendo não nos choca se for Indiano, Mexicano, Chinês, Sushi,
uns hamburguers, umas pastas, cozido à portuguesa, tripas à moda do
Porto, Migas com entrecosto, whatever. Desde que regadas por um bom
vinho (ou muita cerveja), marcha tudo! São temas que a certa altura
tiveram a sua nomenclatura pelas mais diversas razões:
“The Sailing Way To India” (o instrumental, que era para não o ser de inicio) é um tema que conjuga um tema inicial – nunca vocalizado - com o instrumental “Iberia” (aqui aglomerado). “Conta” uma viagem épica dos descobrimentos, um episódio da nossa história que tem tudo a ver com IBERIA (também ele - o nome - derivado da nossa identidade ibérica/histórica). Vai ter seguimento num “The Sailing Back From India” e prometemos que vamos fazer nova rota gastronómica pelas costas do Indico e do Atlântico, no regresso a Lisboa. Mais spicy, portanto..
“Hollywood” por motivos óbvios, basta ler a letra simplista do que queríamos fazer: Conquistar o mundo (a malta acredita de facto aos 18 anos que é possível! E nós fizemos tudo o que conseguimos para isso, na altura), ser uma estrela da música, singrar no mainstream. Não é isso que todas as bandas querem? Digam lá a verdade e deixem-se de purismos falsos e de chavões bafientos de que “ah e tal, eu para mim quero é estar underground, o estrelato é para os maricas, os falsos, etc”. Se fosse por isso ficava tudo a tocar na garagem para os amigos e a familia. Os Iberia eram ambiciosos e sabíamos o que queríamos. Foi o nosso “I wanna be somebody”, com toda a legitimidade. E apesar da dura realidade, ainda o queremos..
“México” foi uma “aberração” mas das boas: O Landum tinha um riff muito esgalhado que em principio seria para fazer um tema acerca da cena mexicana, as mafias de droga, o ambiente caliente, las Chicas, Tequilla, etc. No entanto o João Alex foi para a tropa na altura das gravações do “Heroes” e deturpou aquilo tudo, metendo ali uma espécie de juramento bandeira “alterado” em protesto pelo facto de lá ter ido parar, que por curioso que pareça se tornou num icone do movimento anti-serviço militar obrigatório (tão em voga no final dos 80’s). A cena pegou, a malta adorou e ainda hoje muita gente pede o México nos concertos (não o temos tocado, mas fizemos a gracinha 20 anos depois num concerto - o ano passado - onde o João Alex teve connosco em palco e a cantou). Os Iberia são assim: vem um com uma ideia brilhante, chega outro dá um pontapé numa pedra e lá vai disto: muda tudo. Ok..
“China Girl” é um instrumental que o Toninho dedicou à sua mulher por causa dos seus olhos achinesados, só isso mesmo. Não sei se ela lhe agradeceu ou não ainda hoje. A filha nasceu pouco tempo depois, deve ter dado resultado..
“The Sailing Way To India” (o instrumental, que era para não o ser de inicio) é um tema que conjuga um tema inicial – nunca vocalizado - com o instrumental “Iberia” (aqui aglomerado). “Conta” uma viagem épica dos descobrimentos, um episódio da nossa história que tem tudo a ver com IBERIA (também ele - o nome - derivado da nossa identidade ibérica/histórica). Vai ter seguimento num “The Sailing Back From India” e prometemos que vamos fazer nova rota gastronómica pelas costas do Indico e do Atlântico, no regresso a Lisboa. Mais spicy, portanto..
“Hollywood” por motivos óbvios, basta ler a letra simplista do que queríamos fazer: Conquistar o mundo (a malta acredita de facto aos 18 anos que é possível! E nós fizemos tudo o que conseguimos para isso, na altura), ser uma estrela da música, singrar no mainstream. Não é isso que todas as bandas querem? Digam lá a verdade e deixem-se de purismos falsos e de chavões bafientos de que “ah e tal, eu para mim quero é estar underground, o estrelato é para os maricas, os falsos, etc”. Se fosse por isso ficava tudo a tocar na garagem para os amigos e a familia. Os Iberia eram ambiciosos e sabíamos o que queríamos. Foi o nosso “I wanna be somebody”, com toda a legitimidade. E apesar da dura realidade, ainda o queremos..
“México” foi uma “aberração” mas das boas: O Landum tinha um riff muito esgalhado que em principio seria para fazer um tema acerca da cena mexicana, as mafias de droga, o ambiente caliente, las Chicas, Tequilla, etc. No entanto o João Alex foi para a tropa na altura das gravações do “Heroes” e deturpou aquilo tudo, metendo ali uma espécie de juramento bandeira “alterado” em protesto pelo facto de lá ter ido parar, que por curioso que pareça se tornou num icone do movimento anti-serviço militar obrigatório (tão em voga no final dos 80’s). A cena pegou, a malta adorou e ainda hoje muita gente pede o México nos concertos (não o temos tocado, mas fizemos a gracinha 20 anos depois num concerto - o ano passado - onde o João Alex teve connosco em palco e a cantou). Os Iberia são assim: vem um com uma ideia brilhante, chega outro dá um pontapé numa pedra e lá vai disto: muda tudo. Ok..
“China Girl” é um instrumental que o Toninho dedicou à sua mulher por causa dos seus olhos achinesados, só isso mesmo. Não sei se ela lhe agradeceu ou não ainda hoje. A filha nasceu pouco tempo depois, deve ter dado resultado..
A música "Tired (Leave Me Alone)" é sobre o "peso da idade" ou é sobre outro assunto?
Chegas aos 47 anos cansado desta
merda toda e com vontade de mandar fornicar meio mundo, dizer umas
verdades – que até sabes – e meter o dedo nas feridas dum
sistema corrupto musicalmente (o espelho dum país), lá isso é
verdade. Mas tirando o facto de por vezes já estarmos “fartos”
uns dos outros e de eu já não poder ouvir as mesmas anedotas do
Toninho ao fim de quase 30 anos, o propósito do “Tired” pode ser
encarado por dois prismas: aquele momento em que estás fartinho duma
fan que não te larga a berguilha e que não entende que o seu lugar
é “lá atrás” e o momento em que te revoltas a sério com o
sistema corrupto e nojento montado á tua volta, de onde só podes
sair se te venderes a ele ou continuares a lutar (quase
ingloriamente) contra ele, mesmo sabendo que passas a vida a levar no
toutiço. Eu aposto mais na segunda versão e é a que me dá mais
gozo pensar que foi esse o propósito da letra. Ao
fim ao cabo, Revolution, sempre. The Story of our lifes..
A banda já está na sua 8ª formação. Não deve ter sido fácil lidar com tantas entradas e saídas. É por isso que estás careca?
Nunca é fácil. Ou seja pelo cú ou
pelas calças, os elementos duma banda tendem a sair dela por vários
motivos: ou porque não aguentam a pedalada, ou porque casam e as
mulheres não os deixam continuar na música, ou porque se fartam de
tocar o mesmo (ou não tem ideias para mais), ou porque acham que não
vale a pena, ou porque tem egos maiores que eles e não sabem
trabalhar em banda, ou porque perderam o espírito da cena e preferem
ficam em frente à TV a ver a novela de pantufas, ou porque acham que
já não sabem tocar como dantes e tem uma midlife crisis, ou porque
não suportam que A tenha mais protagonismo que B (acontece muito e
nesses casos é fatal), ou porque deixaram de se identificar com a
identidade musical a seguir, ou porque acham que já não vale a pena
e que o rock está morto. Qualquer destas razões pode ser válida
para quem sai duma banda. Como em tudo na vida.
Depois temos é a cena pessoal: ou continuas a dar-te com a banda e a apoiar os teus ex-colegas ou cais fora e ficas um outsider. Nos Iberia, salvo rara excepção, os ex-elementos funcionam como uma familia: estão atentos à banda, apoiam-nos incondicionalmente, e ficam satisfeitos (alguns com um misto de tristeza por já não estarem, o que é natural e legitimo) quando a banda consegue algo de relevante, vão aos concertos, estão LÁ connosco, o que é de louvar e prova que aqui não há má onda e que quem aqui esteve teve todos os motivos para considerar isto uma família (eu não disse que isto é uma Camorra?).
Estou careca porque em 1996 rapei o cabelo de vez e decidi nunca mais deixar crescer qualquer tufo capilar do pescoço para cima; agora se eles crescessem, já estariam todos brancos sim de tanta chatice que já tive com isto. Mas não me arrependo nem um momento. Só me arrependo daquilo que não consegui fazer! Arrependo-me de não ter dado umas pêras no focinho de algumas pessoas, por exemplo. E de não ter bazado daqui enquando era tempo e tínhamos tudo na mão. Poderia estar tudo muito diferente. Mas a vida é assim, who knows? Poderia até estar pior de mão estendida (como infelizmente alguns colegas músicos se encontram hoje), fruto duma ausência de politica de apoio à cultura num país secular. Diz-se que o modo como tratam a cultura é o espelho duma nação certo? Ora aí está..
E trabalho, dedicação, disponibilidade.. Não é só esperar que os outros o façam por nós.
(Mas continuo a dizer: a culpa de eu estar careca é do Toninho!) :D
Depois temos é a cena pessoal: ou continuas a dar-te com a banda e a apoiar os teus ex-colegas ou cais fora e ficas um outsider. Nos Iberia, salvo rara excepção, os ex-elementos funcionam como uma familia: estão atentos à banda, apoiam-nos incondicionalmente, e ficam satisfeitos (alguns com um misto de tristeza por já não estarem, o que é natural e legitimo) quando a banda consegue algo de relevante, vão aos concertos, estão LÁ connosco, o que é de louvar e prova que aqui não há má onda e que quem aqui esteve teve todos os motivos para considerar isto uma família (eu não disse que isto é uma Camorra?).
Estou careca porque em 1996 rapei o cabelo de vez e decidi nunca mais deixar crescer qualquer tufo capilar do pescoço para cima; agora se eles crescessem, já estariam todos brancos sim de tanta chatice que já tive com isto. Mas não me arrependo nem um momento. Só me arrependo daquilo que não consegui fazer! Arrependo-me de não ter dado umas pêras no focinho de algumas pessoas, por exemplo. E de não ter bazado daqui enquando era tempo e tínhamos tudo na mão. Poderia estar tudo muito diferente. Mas a vida é assim, who knows? Poderia até estar pior de mão estendida (como infelizmente alguns colegas músicos se encontram hoje), fruto duma ausência de politica de apoio à cultura num país secular. Diz-se que o modo como tratam a cultura é o espelho duma nação certo? Ora aí está..
E trabalho, dedicação, disponibilidade.. Não é só esperar que os outros o façam por nós.
(Mas continuo a dizer: a culpa de eu estar careca é do Toninho!) :D
Sendo os IBERIA uma banda antiga que luta pelo verdadeiro hard'n'heavy e pelo rock puro e duro, que métodos de dor ou armas escolheriam para usar em alguém que vos aconselhasse a usar auto-tune, sintetizadores e bateria electrónica?
Olha, podíamos começar por alguns
instrumentos medievais, por exemplo.. mas a sério, nós desde 88 já
usámos sintetizadores e até fizemos a blasfémia de tocar com
bateria electrónica no álbum Heroes (uma teimosia técnica que
arruinou a produção e a sonoridade do disco). Estamos sempre
receptivos a tudo o que seja tecnologia desde que seja para ajudar a
fazer um bom trabalho. Sabemos que quando a malta diz “ah, os Kiss
gravaram o último album só com a tecnologia analógica do “Hotter
than Hell”, aquilo é que é purismo!”. Tretas. Vais-me dizer que
o Paul e o Gene deixavam aquele album soar à 70’s again.
Utilizaram algumas máquinas, isso sim, mas a produção, as misturas
e a masterização vão-lhe dar o “peso” e a consistência que
existe hoje. Toda a gente usa a tecnologia hoje em dia. E alguns
abusam. Aliás: alguns sem ela não são nada..
Quanto ao auto tune, a coisa pia fininho: não é necessário. Isto porquê? Porque Iberia tem tido sempre vocalistas que sabem cantar e a prova é o nosso Hugo Soares que dispensa o artefacto. Quem sabe, sabe, pá. Agora retira-lhes lá (a alguns até ao vivo!) aquela treta e vais ver a vergonha que sai. Fraudes. O mundo musical português (e não só) está a viver de fraudes, salvo raras e honrosas excepções. Produtos pré-fabricados, sem valor próprio, sem identidade, sem espírito, caixas vazias que são cheias por um qualquer produtor (os mesmos de sempre ligado aos grandes grupos dos Media) com material de encher o olho e pouco conteúdo e que fazem querer às pessoas que “aquilo” é um óptimo artigo e que é “aquilo” que devem comprar! E a malta cai na esparrela. E dispensa-se a qualidade. E parece que ninguém se importa com isso. O que é mais grave.
Quanto ao auto tune, a coisa pia fininho: não é necessário. Isto porquê? Porque Iberia tem tido sempre vocalistas que sabem cantar e a prova é o nosso Hugo Soares que dispensa o artefacto. Quem sabe, sabe, pá. Agora retira-lhes lá (a alguns até ao vivo!) aquela treta e vais ver a vergonha que sai. Fraudes. O mundo musical português (e não só) está a viver de fraudes, salvo raras e honrosas excepções. Produtos pré-fabricados, sem valor próprio, sem identidade, sem espírito, caixas vazias que são cheias por um qualquer produtor (os mesmos de sempre ligado aos grandes grupos dos Media) com material de encher o olho e pouco conteúdo e que fazem querer às pessoas que “aquilo” é um óptimo artigo e que é “aquilo” que devem comprar! E a malta cai na esparrela. E dispensa-se a qualidade. E parece que ninguém se importa com isso. O que é mais grave.
Futebolisticamente falando, os corações dos Ibéria batem por quem? Pelo Barreirense, actual 1º classificado da Distrital de Setúbal, com mais 2 pontos que o 2º classificado, o Amora, ou pelo Banheirense que anda lá perdido pelo meio da tabela?
Ora bem, de
inicio a malta era toda do “Real”. Não o “Real Madrid”! Uma
colectividade que era o “Real” na Rua 27, onde nós vivíamos (os
originais membros). Mas havia malta que também era adepta do
Chinquilho, do Racing e dos Leais! Mas quando começámos a ensaiar no
Ginásio Atlético Clube da Baixa da Banheira, o nosso coração
ficou irremediavelmente solidário por aquela gente! Depois o “Real”
fundiu-se com o “Racing” e com os “Leais” e deu origem á
União Banheirense e a malta ficou mais triste. Perdeu-se a mística,
pá. Já não dava luta ir ver os jogos e ver a malta a não chamar
nomes uns aos outros: eles agora estavam todos do mesmo lado! Que
piada é que aquilo tinha?? Ainda houve uns desertores para o
Barreirense, outro que torcia pelo “Foge se te agarro Futebol Clube
anda cá se podes peraí que já cospes”, e um até que torcia pelo
“Estrela Moitense” e pelo “Cri” (sempre o Toninho!).
Mas se perguntares a sério a maioria é daquele glorioso clube que dá pelo nome de Sport Lisboa E Benfica (eu, o Hugo e o Ricardo), sendo os guitarristas (Jorge e Toninho) do Sporting. Engraçado: se formos a ver os antigos integrantes, a maioria era mesmo do Benfica. (Luis Filipe Vieira, mete os olhos nisto, pá! Chega-te à frente com o patrocínio, que isto de andar a fazer publicidade à marca paga direitos! Não há dinheiro, não há palhaço!!).
Mas se perguntares a sério a maioria é daquele glorioso clube que dá pelo nome de Sport Lisboa E Benfica (eu, o Hugo e o Ricardo), sendo os guitarristas (Jorge e Toninho) do Sporting. Engraçado: se formos a ver os antigos integrantes, a maioria era mesmo do Benfica. (Luis Filipe Vieira, mete os olhos nisto, pá! Chega-te à frente com o patrocínio, que isto de andar a fazer publicidade à marca paga direitos! Não há dinheiro, não há palhaço!!).
Últimos comentários:
A malta anda aí há 28 anos a fazer
rock e não pensem que se desiste facilmente das nossas convicções.
Brincadeiras à parte, a banda está na fase de pré-produção do
novo disco e apesar dos entraves e dificuldades com que nos temos
deparado (tem sido bastantes, daí o atraso visível) estamos aí,
vamos fazer um grande disco de rock pesado e vamos continuar a fazer
o que gostamos: gravar, tocar, curtir e rockar à grande e à
Portuguesa. Quem estiver connosco nesta viagem é sempre bem vindo,
há lugar para todos..
Seja até ao spot mais perto, seja até Hollywood..
Grande abraço e todos, IBERIA ROCKS!!
Seja até ao spot mais perto, seja até Hollywood..
Grande abraço e todos, IBERIA ROCKS!!
Hard-Rock/Heavy Metal
Line-up:
Hugo Soares - Voz
Jorge Sousa - Guitarra
Toninho - Guitarra
João Sérgio - Baixo
Rick Reis - Bateria
Discografia:
1987 - Demo '87 (demo)
1988 - Hollywood (single)
1988 - Ibéria
1988 - Ibéria / Samurai / Vasco da Gama (split)
1990 - Heroes of the Wasteland
1993 - Promo Split Tape (split)
1994 - Promo '94 (demo)
1995 - Maqueta 95 (demo)
2011 - Revolution
Páginas oficiais:
https://www.facebook.com/IberiaOfficial
http://www.avantegarde-mngt.com/iberia
Páginas oficiais:
https://www.facebook.com/IberiaOfficial
http://www.avantegarde-mngt.com/iberia
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